Fotos de Ana Laura kosby e Marco Celso Huffell Viola
Ao cruzar a região da Toscana na Itália é impossível não associá-la ao romance da norte-americana Frances Mayes- Sob o Sol da Toscana-, poetisa e romancista consagrada, ela em vários livros revela sua profunda paixão por essa região italiana com sua cultura das oliveiras, suas tradições e sua história, além do sol, é lógico, coadjuvante importante nesse início da primavera. E se você segue em direção a Nápoles é provável que passe na estrada ao lado da cidade de Pisa, localizada na Toscana.
É um destino no mínimo curioso, a dúvida de entrar ou não em
Pisa significa atraso na chegada em outra cidade do caminho, esta sim destino
certo. Mas a curiosidade me acompanha desde que li a primeira vez numa antiga
revista Seleções Reader’s Digest sobre a
torre inclinada.
O lugar foi um antigo porto romano, apesar de hoje estar
bem distante do litoral. Conta a história que o próprio São Pedro andou por ali pregando sua boa nova. A cidade não é pequena e neste dia tem uma festa que faz com
que o trânsito todo seja alterado e nos obriga a cruzar o Arno duas vezes para
conseguir chegar a fortaleza onde está a torre. No caminho vejo a primeira e única
citação em toda a Itália contra a Máfia, um enorme cartaz pedindo justiça pelo
assassinato de dois juízes.
E lá está ela.
O primeiro problema é estacionar, depois se livrar dos
vendedores de óculos e bijouterias, todos africanos que falam uma língua e dialetos
completamente desconhecidos. É o primeiro local da Europa que encontramos flanelinhas, porém na idade adulta.
Algumas centenas de pessoas de todas as nacionalidades perambulam
por ali, outras deitadas na grama aproveitam o sol e à tarde magnífica que se
estende em torno da torre. Outra característica é que a grama é cercada por correntes, o que subentende-se que não se pode transitar, todos absolutamente ignoram tais correntes e deitam-se confortavelmente ao pé da torre inclinada sob o sol da toscana de uma Itália, por si transgressora, não estamos mais na Suiça com certeza!
Alguns painéis explicam porque a torre está assim e os trabalhos
feitos para sua recuperação e se você quiser subir, está aberta a visitação até
o topo.
Mas nada disso me
atrai para dispensar algum tempo, apenas a contemplação do monumento me parece
importante. O mistério de uma construção que através dos séculos vem lutando contra
a gravidade parece ser o mais significativo assim como a lenda da loba que alimenta os irmãos Rômulo e Remo, uma
outra representação curiosa junto da
torre que nem imagino porque encontra-se ali.
Parti ainda não inteiramente convencido se havia valido
a pena entrar na cidade e não lamentei
não ter tirado uma daquelas fotos tradicionais que os turistas fazem como se estivessem segurando a torre.
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